Dienstag, 6. März 2012

A neurodermítis e psoríases desde uma visão Jungiana

Escrito  por Ricardo Holland, direitos de autor e "comentários de uma aluna"

Quando ao princípio do século passado Freud e Jung começaram a descobrir que existem problemas graves relacionados com desordens provenientes da psique, ou seja, quando revelaram a existência de uma instância psíquica, que era para essa época ainda desconhecida, chamada inconsciente, causou enorme comoção e ao mesmo tempo uma rejeição inicial por parte do mundo da ciência médica. Hoje em dia dá-se a tendência contrária, já que se vê na alma a origem da maioria das doenças físicas, sendo esta a razão pela qual um trabalho em conjunto entre a Medicina e a Psicologia se tenha tornado indispensável. Hoje sabemos que, problemas psíquicos que gerem tristeza, iras, ansiedade, originam e pioram sérios quadros clínicos de doenças corporais.

Para entender mais claramente a influência da mente no corpo basta analisar a catástrofe natural causada pelo terramoto em Japão do ano de 1995 quando morreram quase 6000 mil pessoas. Muitos dos sobreviventes desenvolveram doenças de pele ou pioraram quadros de doenças já existentes.
Realizaram-se diversos estudos que comprovam que as pessoas que sofrem de psoríases ou neurodermitis passaram por experiências traumáticas, que se agudizam, quando a pessoa é submetida a uma grande carga emocional, por exemplo durante exames da escola ou universidade, em confrontações devido a conflitos com membros da família, colegas de trabalho, vivências de agressão ou medo, etc.

Esta doença da pele é uma doença Auto-imunológica. O ser humano desenvolve uma sobre produção de células, como se quisesse construir um escudo entre ele e o mundo. Está num estado psíquico de alarme e o corpo é influenciado pela alma, a qual está a sofrer ou a gritar simbolicamente através dá pele.


                                                                   Disenho realizado por Amadeu Brigas

Hoje em dia sabemos, desde o ponto de vista da medicina convencional, que a hormona cortisol ajuda a que as inflamações causadas por um excesso de adrenalina e noradrenalina sejam superadas. Em casos de muita tensão ou de longa duração desta, pode suceder que o corpo já não tenha a capacidade de produzir suficiente cortisol e se a tensão psíquica contínua, o problema  agudiza-se.

Esta situação, em que a pessoa não é capaz de confrontar seu problema, exige um esforço de adaptação enorme que lhe produz muito stress. Isto  dá-se quando a pessoa não consegue solucionar o seu problema sem ajuda externa, debilitando cada vez mais a sua condição, a qual se originou por um complexo não resolvido gerado na infância ou na etapa adulta. Esta situação induz a que o sistema imunológico trabalhe de maneira exagerada e desenfreada.
Produz-se uma alteração hormonal, os nervos reagem excessivamente, aumenta o bater do coração, sobe a pressão arterial ou baixa drasticamente, o corpo prepara-se para fugir.

Carl Gustav Jung mediante os seus experimentos de associações deu-se conta da medida relevante em que a psique pode afectar o corpo. Os seus primeiros experimentos, nesta área realizou-os no ano de 1904 e pode constatar, quando pedia aos seus pacientes que fizessem uma associação livre de várias palavras escolhidas para o experimento, que se davam reacções diferentes no corpo de acordo à intensidade emocional que correspondia a esta palavra com carácter simbólico para o paciente.
 Estas palavras, depois de um discernimento entre um conjunto delas, vão permitir descobrir a existência de um complexo, o qual é o núcleo da doença. O complexo está na maioria dos casos tão reprimido que se separa da consciência.
A partir de 1905 incluiu Jung o galvanómetro e o Marey- pneumógrafo, para medir as reacções destas palavras no corpo. Com isso viu que a psique não só afecta de maneira directa a pele senão também o sistema respiratório. Jung pôs eléctrodos do galvanómetro nas mãos, nos dedos das mãos e dois pés, cara, pés, orelhas, nariz. Onde pôde observar que teve reflexos eléctricos ao ser confrontado o paciente com as palavras estimulantes do seu complexo e também quando era confrontado com sentimentos fortes de medo, raiva, alegria. Com isso Jung viu que existe um reflexo galvânico físico produzido por um estímulo psíquico e que este também altera a respiração.   Quando este estímulo é constante,   fala-se dum   complexo, o qual ao não ser tratado pode em  casos específicos afectar ou piorar  problemas da  pele, gerando em situações extremas  neurodermitis ou psoriasis.

"Os comentários de uma aluna"

Tal como o Dr. diz no seu blog "o sofrimento é garantido" mas também o é sem fazermos a terapia. O que nos é proporcionado pela terapia é como as dores de parto... estão lá para mudar a nossa vida para sempre: depois de 9 meses de transformações tão extensas no nosso corpo, umas longas horas de dor e tenacidade e eis que a nossa vida se torna algo de tão indefinível... mesmo a insustentável leveza do ser!!! E quando se tem mais de que um filho há mais do que uma gravidez mais do que um parto... A dor é garantida, o sofrimento é que é atenuado pela antevisão da alegria do nascimento. (aqui refiro-me exclusivamente ao sofrimento físico, do qual eu tive uma boa dose). Isto, claro, quando somos abençoados com tudo correr bem... Se não corre bem temos de recorrer à terapia que nos diz que temos de viver cada etapa da nossa vida ... Mas às vezes é de tal forma intensamente doloroso ( e aqui refiro-me ao sofrimento emocional/psíquico) que as alternativas de fuga são tão atraentes: a negação, a fuga física, a entrega à tristeza, raiva, revolta e não sair dali pois não existe saída, ou então depressão profunda, loucura ou suicídio.
E pode imaginar o quanto as suas palavras sobre a psoríase me fizeram entrar em estado de alerta...

Ai Ai...! gerir este mundo de emoções... não pode ser com a mente. É preciso pedir ajuda a outras partes de nós. O orgulho e a tirania da mente ( e provavelmente o seu medo por não estar no comando da situação_ parece que hoje estou muito bélica nas minhas comparações) dificultam tanto o processo. O que a mente inventa, seduz, engana, armadilha, manipula, distrai, enrola, destrói... E o tempo passa e nós com a esperança de um dia poder sair dali e ...nada. Parece que cada vez mais as nossas experiências ou vivências estão ali para nos intensificar o sofrimento, para nós podermos dizer" Vês como tenho razão: é sempre assim..." E estas traidoras palmadinhas nas costas da nossa própria incapacidade de ver mais longe do que as fronteiras das nossas muralhas que querem impedir mais "mal" de entrar mas que também o impedem de sair, encurralando-o dentro de nós, deixando-o ocupar o espaço vital destinado ao "bem" ( salvaguardo mal e bem como aquilo que a mim me faz sentir com a Vida a fluir em mim ou "nem por isso")...

Sim Dr., eu sei que a vida tem esses lados todos em que coexistem o belo e o horrível e que aos olhos de Deus não existe polaridade nem dualidade mas eu sou humana! Eu vejo (na minha miopia que o Dr sabe que não é pequena) a terrível consequência da polaridade mal integrada... Viver nos extremos é tão facilmente definível, não é? Viver entre os extremos é que é uma arte. Mas as artes podem ser ensinadas. Não quer dizer que todos se tornem mestres mas aprendem que há "por onde", há alternativas, se a pessoa quiser não viver aquela experiência pode escolher não viver, pode saltar fora. Porque é que a sociedade, que devia proteger, cria os desprotegidos para se servir deles? São pessoas!!! São seres vivos!!!

E foi aí que fui apanhada no seu blog pelo artigo da psoríase... E foi aqui que eu escrevi tanto...

2 Kommentare:

  1. Onde se prova a capacidade de visão desses pioneiros da psicologia contemporânea, entre outros, Freud e Jung. Demora muito tempo ao colectivo assimilar a visão particular destes psicólogos. E no caminho, alguns ficam para trás ou são superados pelas descobertas de novos investigadores. Porque nada é estático na vida, interessa estar atento e receptivo às diversas formas como o ser humano é abordado pelos investigadores da psique.

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  2. Tal como o Dr. diz no seu blog "o sofrimento é garantido" mas também o é sem fazermos a terapia. O que nos é proporcionado pela terapia é como as dores de parto... estão lá para mudar a nossa vida para sempre: depois de 9 meses de transformações tão extensas no nosso corpo, umas longas horas de dor e tenacidade e eis que a nossa vida se torna algo de tão indefinível... mesmo a insustentável leveza do ser!!! E quando se tem mais de que um filho há mais do que uma gravidez mais do que um parto... A dor é garantida, o sofrimento é que é atenuado pela antevisão da alegria do nascimento. (aqui refiro-me exclusivamente ao sofrimento físico, do qual eu tive uma boa dose). Isto, claro, quando somos abençoados com tudo correr bem... Se não corre bem temos de recorrer à terapia que nos diz que temos de viver cada etapa da nossa vida ... Mas às vezes é de tal forma intensamente doloroso ( e aqui refiro-me ao sofrimento emocional/psíquico) que as alternativas de fuga são tão atraentes: a negação, a fuga física, a entrega à tristeza, raiva, revolta e não sair dali pois não existe saída, ou então depressão profunda, loucura ou suicídio.
    E pode imaginar o quanto as suas palavras sobre a psoríase me fizeram entrar em estado de alerta...

    Ai Ai...! gerir este mundo de emoções... não pode ser com a mente. É preciso pedir ajuda a outras partes de nós. O orgulho e a tirania da mente ( e provavelmente o seu medo por não estar no comando da situação_ parece que hoje estou muito bélica nas minhas comparações) dificultam tanto o processo. O que a mente inventa, seduz, engana, armadilha, manipula, distrai, enrola, destrói... E o tempo passa e nós com a esperança de um dia poder sair dali e ...nada. Parece que cada vez mais as nossas experiências ou vivências estão ali para nos intensificar o sofrimento, para nós podermos dizer" Vês como tenho razão: é sempre assim..." E estas traidoras palmadinhas nas costas da nossa própria incapacidade de ver mais longe do que as fronteiras das nossas muralhas que querem impedir mais "mal" de entrar mas que também o impedem de sair, encurralando-o dentro de nós, deixando-o ocupar o espaço vital destinado ao "bem" ( salvaguardo mal e bem como aquilo que a mim me faz sentir com a Vida a fluir em mim ou "nem por isso")...

    Sim Dr., eu sei que a vida tem esses lados todos em que coexistem o belo e o horrível e que aos olhos de Deus não existe polaridade nem dualidade mas eu sou humana! Eu vejo (na minha miopia que o Dr sabe que não é pequena) a terrível consequência da polaridade mal integrada... Viver nos extremos é tão facilmente definível, não é? Viver entre os extremos é que é uma arte. Mas as artes podem ser ensinadas. Não quer dizer que todos se tornem mestres mas aprendem que há "por onde", há alternativas, se a pessoa quiser não viver aquela experiência pode escolher não viver, pode saltar fora. Porque é que a sociedade, que devia proteger, cria os desprotegidos para se servir deles? São pessoas!!! São seres vivos!!!

    E foi aí que fui apanhada no seu blog pelo artigo da psoríase... E foi aqui que eu escrevi tanto...

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